Exercícios

A importância dos exercícios nas doenças reumáticas

Que praticar atividade física diariamente traz vários benefícios à saúde você já sabe, afinal já deve ter ouvido falar que os exercícios diminuem os riscos do surgimento de doenças como diabetes, hipertensão, obesidade, osteoporose, colesterol, triglicérides e até mesmo câncer, além de melhorar a disposição, diminuir o estresse e uma boa maneira de se socializar. Mas você conhece os benefícios que eles conferem a quem tem doenças reumáticas?¹

A dor e o quadro inflamatório, associados às alterações musculoesqueléticas, são os principais fatores responsáveis pelo impacto na qualidade de vida de quem tem uma doença reumática, já que podem causar dor e perda de autonomia funcional. Por isso, faz-se necessário o desenvolvimento de estratégias para o seu tratamento².

Os exercícios fortalecem a saúde física e mental, aumentando a energia, diminuindo a fadiga e melhorando o sono. Além disso, os músculos ao redor das articulações afetadas se tornam mais fortes, a perda óssea diminui e o controle do inchaço das articulações, a rigidez e a dor melhoram graças a uma melhor lubrificação da cartilagem articular. ¹

Todo cuidado é pouco

Não adianta sair por aí praticando qualquer tipo de exercício. É importante tomar alguns cuidados. “A realização de atividade física para pacientes com doenças reumáticas é de suma importância e tem como objetivo fortalecer a musculatura e alongar, além de levar autoconfiança e melhora do humor, da dor e das limitações. Porém, pacientes que se encontram na fase aguda, por exemplo, não devem realizar exercícios, uma vez que a dor e a inflamação são fatores limitantes. Nesse caso, outros procedimentos são necessários, incluindo fisioterapia com aparelhos analgésico, a administração de anti-inflamatórios e repouso”, explica a fisioterapeuta Almerinda F. Godoi.

Você deve estar se perguntando: então quais os exercícios mais indicados para o meu caso? O ideal é que você seja acompanhado por um profissional especializado no tratamento de pacientes com doenças reumáticas, para que ele possa desenvolver um programa de exercícios personalizado, de acordo com as suas necessidades e condições de saúde. “É sempre bom estar sob acompanhamento do seu reumatologista e de um fisioterapeuta e/ou um bom profissional na academia. Somente pessoas capacitadas e especializadas poderão orientá-lo sobre os exercícios mais indicados e quais as melhores formas de executá-los”, ressalta Almerinda.

Programa de exercícios¹

Um programa de exercícios para pacientes com doenças reumáticas visa preservar ou restaurar uma amplitude de movimento das articulações afetadas, aumentar a força e a resistência muscular, melhorar o humor e diminuir os riscos à saúde associados a um estilo de vida sedentário. Por isso, é classificado em três categorias básicas:

  • Aeróbia, tais como andar e correr, que são repetitivos, rigorosos, rítmicos, envolvendo músculos grandes;
  • Resistência, que utiliza resistência à contração muscular para construir a força;
  • Treinamento de flexibilidade, que mantém o corpo flexível, relaxa os músculos e protege contra lesões físicas.

Uma boa maneira de começar a se exercitar é buscando um programa de exercícios que envolva hidroterapia. O calor da água e a relativa ausência de peso aliviam os sintomas, proporcionando sensação de bem-estar. Já a combinação de exercícios aeróbicos, de fortalecimento e de flexibilidade melhora o estado de saúde psicológica e a qualidade de vida, prevenindo a depressão.

Mantenha-se firme e não desista

Pode ser que no início você sinta aumento da dor e da fadiga, mas não desista, esses sintomas costumam diminuir com a continuação da atividade física¹. “A fisioterapia é fundamental para manter a saúde das articulações afetadas. Ela pode agir tanto na prevenção, como no momento da crise. Deve-se começar com exercícios leves e isométricos, ou seja, que não exijam esforço das articulações, e evitar exercícios que sobrecarreguem as articulações, como agachamentos, por exemplo. À medida que a dor for diminuindo, é possível passar para atividades de fortalecimento e alongamento, a fim de evitar contraturas”, diz a fisioterapeuta.

É recomendável que a prática de exercícios físicos tenha duração de 20 minutos ou mais, que seja realizado no mínimo duas vezes por semana e leve a um aumento de 60% da frequência cardíaca prevista para a idade, para apresentar efeitos clínicos positivos, sem piorar a atividade da doença e sem causar dor.²

Agora que você já sabe dos benefícios que os exercícios podem conferir ao seu dia a dia, que tal procurar a ajuda de um profissional especializado e começar a praticá-los?

Referências bibliográficas

1.   Giuseppe Musumeci. Effects of exercise on physical limitations and fatigue in rheumatic diseases. World J Orthop v.6(10); 2015 Nov 18.

2.   Caroline de Macedo Schnornberger et al. Physiotherapeutic intervention in pain and quality of life of women with rheumatoid arthritis. Case reports. Rev Dor. São Paulo, 2017 out-dez;18(4):365-9.

Colaboração

Dra. Almerinda F. Godoi - Fisioterapeuta
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