Artrite Psoriásica

A artrite psoriásica (AP) é uma doença inflamatória crônica, que afeta as articulações e está associada à psoríase. De base genética e considerada imunológica, ela compromete ligamentos, tendões, grandes e pequenas articulações (juntas) e, além de dor, pode causar danos progressivos às articulações¹.

Homens e mulheres podem ser acometidos pela AP na mesma proporção e, apesar do seu pico de incidência ser por volta dos 40 e 50 anos de idade, pode ocorrer em qualquer idade, em adultos e crianças².

A AP pode se manifestar de diferentes formas clínicas, por isso é classificada em²:

  • Forma oligoarticular: apresenta-se em cerca de 70% dos pacientes e é caracterizada pelo comprometimento de dedos dos pés e das mãos, tornozelos, joelhos e coxofemorais (cabeça do fêmur).
  • Forma poliarticular: semelhante à artrite reumatoide, apresenta-se em cerca de 25% dos pacientes, podendo causar deformidades e prejuízo às articulações das mãos, pés, joelhos e tornozelos.
  • Forma clássica: compromete predominantemente as articulações distais dos dedos das mãos, principalmente as mais próximas das unhas, e se apresenta em 5%-10% dos pacientes.
  • Forma mutilante: forma mais grave da doença, provoca a destruição das juntas, principalmente nas mãos e pés, e se apresenta em 5% dos pacientes.

Ainda de causa desconhecida, a artrite psoriásica parece sofrer influências de fatores ambientais, infecciosos e imunogenéticos, uma vez que²:

  • A ocorrência familiar e a presença de determinados antígenos HLA favorecem a manifestação da doença articular;
  • Em um indivíduo geneticamente predisposto, a presença de um fator ambiental pode desencadear as alterações imunológicas que darão origem à doença;
  • Do ponto de vista imunológico, são observadas alterações tanto da imunidade humoral (anticorpos), quanto da imunidade celular(linfócitos);
  • Evidências sugerem predisposição genética, embora não exista um gene específico para a doença;
  • Histórico familiar de psoríase é observado em 30%-50% dos pacientes.

Sinais e Sintomas¹

Em 60 a 70% dos pacientes, a psoríase (lesões avermelhadas e descamativas) precede a artrite psoriásica, enquanto em 15 a 20% a artrite precede o aparecimento de psoríase. Em um pequeno grupo de pacientes (15-20%), as duas manifestações aparecem dentro de um ano.

Além dessa relação, alguns sinais e sintomas são comuns na AP, entre eles:

  • Inchaço de um ou mais dedos das mãos e/ou pés;
  • Dor e inflamação nos locais afetados, entre eles o tendão de Aquiles;
  • Dor nas costas;
  • Dificuldade de movimentação das articulações (juntas) pela manhã;
  • Fadiga
  • Dores nos músculos e tendões.

Como é feito o diagnóstico²

O diagnóstico definitivo de artrite psoriásica é feito através da confirmação da presença de doença inflamatória articular periférica, evidência ou histórico de psoríase cutânea, distrofia ungueal psoriásica, fator reumatoide negativo, inflamação de um dedo em sua totalidade e evidência radiológica.

Para isso, apesar de não haver um teste que confirme ou não a artrite psoriásica, alguns procedimentos são realizados, entre eles:

  • Exame clínico, onde o reumatologista pode confirmar os sintomas;
  • Exame de sangue;
  • Raio X;
  • Ressonância magnética;
  • Ultrassonografia.

Por ser uma doença crônica, ou seja, que não tem cura, o diagnóstico precoce da AP é importante para melhorar o resultado do tratamento a longo prazo³.

Tratamento da artrite psoriásica²

O tratamento adequado para a artrite psoriásica depende do tipo e da gravidade dos sintomas cutâneo e articular. Dentre as terapêuticas adotadas estão:

  • Anti-inflamatórios, utilizados para aliviar ou tratar a inflamação e diminuir a dor das juntas e da coluna;
  • Drogas antirreumáticas modificadoras de doença reumática, sintéticos ou biológicos;
  • Cirurgias corretivas, quando necessário.

O tratamento precoce é importante a fim de se evitar incapacitação funcional e possibilitar melhor qualidade de vida ao paciente. Além disso, é fundamental que o tratamento seja individualizado, levando-se em conta as condições de cada paciente, bem como com abordagem multidisciplinar, envolvendo diversos profissionais, entre eles reumatologista, dermatologista, fisiatra, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, oftalmologista e psicólogo.

Fisioterapia e terapia ocupacional são terapias complementares essenciais ao tratamento da AP. Porém, um programa de atividade física, com orientação postural, exercícios de alongamento e fortalecimento muscular, deve ser estimulado e iniciado de forma gradativa, à medida que a inflamação é controlada com o medicamento indicado.

Referências

  1. Andreas Kerschbaumer et al. An overview of psoriatic arthritis – epidemiology, clinical features, pathophysiology and novel treatment targets. WienKlin Wochenschr (2016) 128:791–795.
  2. Claudia Goldenstein-Schainberg et al. Conceitos atuais e relevantes sobre artrite psoriásica. Rev Bras Reumatol 2012;52(1):92-106.
  3. Jan Sørensen et al. Diagnostic delay in patients with rheumatoid arthritis, psoriatic arthritis and ankylosing spondylitis: results from the Danishnationwide DANBIO registry. Ann Rheum Dis. 2015 Mar; 74(3): e12.

Central de Atendimento - 0800 771 2550

Atendimento de segunda a sexta das 8h às 20h

WhatsApp - 11 941950709